terça-feira, 28 de maio de 2013

 Classificação das Úlceras por pressão: 



O sistema de classificação em estágios da UPP foi criado pelo “National Pressure Ulcer Advisory Panel” (NPUAP) em 1989 e foi baseado na classificação inicial de Shea e da “International Association of Enterostomal Therapy”. Representa a quantidade de perda ou destruição tecidual ocorrida.

Estágio I

Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não embranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode não apresentar embranquecimento visível: sua cor pode diferir da pele ao redor.
 Descrição adicional:
A área pode apresentar-se dolorosa, endurecida, amolecida, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido adjacente. Feridas em estágio I podem ser difíceis de detectar em pessoas de pele com tonalidades escuras. Pode indicar pessoas “em risco” (um sinal precursor de risco). 


Estágio II

Perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera superficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta ou aberta/ rompida.
Descrição adicional:
Apresenta-se como uma úlcera superficial brilhante ou seca sem esfacelo ou arroxeamento (aspecto de equimose) *. 
* indica suspeita de lesão a nível tecidual profundo. 




Estágio III

Perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Necrose pode estar presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tecidual.
Descrição adicional:
A profundidade da úlcera por pressão em estágio III varia conforme a localização anatômica. A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não possuem tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste estágio. Em contraste, áreas com adiposidade significativa podem desenvolver úlceras por pressão em estágio III bastante profundas. Ossos e tendões não são visíveis nem diretamente palpáveis.


Estágio IV

Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Pode haver presença de necrose em algumas partes do leito da ferida. Freqüentemente, inclui descolamento e túneis.
A profundidade da úlcera por pressão em estágio IV varia conforme a localização anatômica. A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não possuem tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste estágio. As úlceras em estágio IV podem estender-se aos músculos e/ou estruturas de suporte (como fáscia, tendão ou cápsula articular), possibilitando a ocorrência de osteomielite. A exposição de osso/tendão é visível ou diretamente palpável.












Campanha de incentivo a prevenção de Úlceras por pressão :  

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sábado, 25 de maio de 2013


Importância dos Colchões como forma de prevenção



Os colchões devem fornecer Firmeza e serem Duráveis, e uniformes. Em pacientes acamados por longos períodos usa-se o colchão casca de ovo para prevenção de escaras. Colchões de água e pneumáticos eletrônicos também são utilizados, Rolos , Travesseiros, Coxins, Colares Cervicais, Órteses para MMSS,  Órteses para MMII, Cintas e faixas abdominais.
                                              



  Figura 1. Casca de ovo

                                                       
   Figura 2. Colchão de água ( Alguns médicos não indicam , por absorver calor do paciente)


   Figura 3. Colchão pneumático eletrônico






Veja alguns vídeos sobre o tema:

  • Esclarece sobre as áreas frequentemente afetadas por úlceras de pressão: 




  • Desenvolvimento de colchão que previne as úlceras por pressão:




quinta-feira, 23 de maio de 2013


 O que é Úlcera por Pressão? 

        São feridas isquêmicas que ocorrem em tecidos moles, normalmente em áreas de proeminências ósseas. Ocorrem quando uma pressão aplicada à pele excede a pressão capilar normal, ocasionando diminuição da irrigação sangüínea e, conseqüentemente, falta de oxigênio e nutrientes para os tecidos, o que leva à formação do processo inflamatório e morte celular. O termo “escara” refere-se somente a um tipo de necrose.  ( Prefeitura Municipal de Belo Horizonte-Protocolo de Prevenção e Tratamento de Feridas).  


Fisioterapia atuação multidisciplinar


Na maioria dos casos, uma úlcera resulta de inadequados cuidados domiciliares, e podem desenvolver-se até mesmo no hospital, em pacientes acamados, causando grande problema na rotina das instituições e dos familiares, pois são lesões de difícil cicatrização, alto custo e dor (POTTER; PERRY, 1999; SMELTZER; BARE, 2005; SOUZA, 2005; FERNANDES, 2006).

Conforme o Ministério da Saúde (MS), as ações de saúde, realizadas no domicílio no contexto da Atenção Primária, incorporam características que compreendem ações sistematizadas, articuladas e regulares; realizando ações de promoção, recuperação e reabilitação em saúde. Por esse motivo ressalta-se a importância da inserção do fisioterapeuta nesse nível de atenção, através, por exemplo, de visitas domiciliares. Pois as intervenções fisioterapêuticas têm um papel importante na melhora do transporte de oxigênio, e na prevenção dos efeitos negativos da mobilidade restrita e dos posicionamentos em decúbito.

O fisioterapeuta como parte integrante de equipe multidisciplinar tem como responsabilidade a qualidade de vida do paciente nas atenções de reabilitação e prevenção, atuando juntamente com toda equipe de forma a evitar a instalação das úlceras de pressão (ALVES, 2012). 


Utilização do Laser para a cicatrização das úlceras por pressão

O laser de baixa potência é um recurso eletroterapêutico que tem como objetivo a reparação tecidual. De acordo com Agne (2009), os efeitos bioquímicos são: estímulo à liberação de histamina, serotonina e bradicinina; produção de ATP e síntese de prostaglandinas; aumento do número de leucócitos e da atividade fagocitária; vasodilatação capilar e arterial; Ação fibronolítica e antibactericida. Ao bombardear os tecidos vivos com energia de radiofrequência em infravermelhos, provocamos um aumento da energia própria do organismo, semelhante ao calor procedente do metabolismo energético. O calor é necessário para a síntese de proteínas, transferências iônicas e geração de novas moléculas destinadas à reconstrução orgânica e o aporte energético (MARTÍN, 2004:618). OS efeitos da radiação Laser sobre os tecidos dependem da absorção de sua energia e da transformação desta em determinados processos biológicos. Tanto o comprimento de onda da radiação como as características óticas do tecido, é parte dos fenômenos que regem a absorção, pois o efeito sobre a estrutura viva depende principalmente da quantidade de energia depositada e do tempo em que esta foi absorvida (AGNE, 2009). Acredita-se que a irradiação com laser de baixa intensidade estimula a proliferação celular, por reação fotoquímica que altera a permeabilidade da membrana celular. A laserterapia tem sido utilizada para o estímulo da cicatrização de feridas, a regeneração neuronal e no controle da dor (ALVES E ARAÚJO, 2011).
Outras ações da Laserterapia sobre os tecidos também têm que ser levado em conta como em especial o aumento de regeneração das fibras nervosas lesionadas, ação sobre a aceleração do calo ósseo, aumento do trofismo da pele especificamente sobre os fibroblastos responsáveis pela formação das fibras colágenas e elásticas (AGNE, 2009:349). Agne (2009) afirma que o laser de baixa potência reduz edema e estimula a cicatrização de feridas de difícil evolução. Portanto, a úlcera de pressão pode ser tratada com este método eletroterapêutico.
A aplicação pontual é feita por pontos previamente marcados na área a ser tratada, esta área pode ser coberta por papel filme para que a ponteira do laser não se encoste à superfície ulcerada, pois pode ocorrer contaminação na lesão ou na própria ponteira. Cada ponto tem uma dose e um tempo que é calculado pelo próprio equipamento.
O método varredura (figura 1) deve ser empregado nas alterações que se busca acelerar o processo cicatricial nas lesões dermatológicas, especialmente sobre úlceras de decúbito, diabéticas e a própria cicatriz cirúrgica (AGNE, 2009). Alguns terapeutas também têm empregado algumas variantes da técnica de varredura para tratar o leito da ferida, onde são usados aplicadores de um diodo ou de fibra óptica. Nesses casos, a sonda é movida lentamente sobre a área da lesão usando uma técnica sem contato, tendo o cuidado de administrar uma exposição radiante padronizada para todas as áreas e de manter a caneta a uma distância de não mais de 1 cm do leito da ferida. Talvez não seja surpreendente que a maioria dos terapeutas ache essa técnica difícil de executar, sendo cada vez mais raro encontrar locais, onde sejam empregados tratamentos usando varredura manual (KITCHEN, 2003:195).

Enfim, mais uma vez demonstra-se que com esse recurso é possível diminuir o tempo de internação dos pacientes em hospitais e melhorar a qualidade de vida dos mesmos. Para que esta situação melhore, ainda há necessidade de orientação sobre as mudanças de decúbito aos cuidadores pela equipe multidisciplinar, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais.


       
  • Localização mais comuns das Úlceras por pressão 






Cuidados Preventivos

  • Limpeza freqüente ou sempre que necessária, porém sem força ou fricção. Não usar água quente. Usar sabonete suave
  • Usar hidratantes na pele; 
  • Não massagear as proeminências ósseas; 
  • Não deixar a pele em contato com umidade de urina, fezes ou secreções; 
  • Proteger áreas de fricção com coberturas protetoras; 
  • Usar técnicas corretas para reposicionamento e mudanças de decúbito; 
  • Providenciar equipamentos para auxiliar na manutenção da atividade; 
  • Manter boa hidratação oral; 
  • Aumentar o consumo de proteínas, carboidratos e vitaminas, principalmente A, C e E, conforme avaliação individual do paciente; - Orientar os pacientes e familiares sobre os riscos e cuidados; 
  • Reposicionar a cada 2 horas para pacientes acamados e a cada 1 hora quando sentado. Descompressão isquiática nos paraplégicos a cada 15 minutos; 
  • Evitar posicionar sobre o trocânter do fêmur em ângulo de 90º; 
  •  Estabelecer protocolos de horários por escrito para reposicionamentos; 
  • Utilizar almofadas, travesseiros ou coxins para reduzir a pressão nas proeminências ósseas; 
  • Não utilizar almofadas com orifício no meio (roda d’água), pois aumentam a pressão na região central; 
  • Limitar o tempo que a cabeceira da cama fica elevada a mais de 30º, se as condições permitirem; 
  • Usar o lençol móvel com duas pessoas para movimentar o paciente (ao invés de puxar ou arrastar); 
  • Utilizar colchão especial para aliviar a pressão;  

 

Como cadeirantes podem realizar Alívio de pressão visando à prevenção de Úlceras?


       O Alívio de pressão: Push-Up. Deve ser feito 10 a 15       segundos de alívio de pressão para cada 5 a 10 minutos sentado.  A imagem abaixo mostra as posições que podem ser realizadas que permitem esse alívio nas regiões de tuberosidades ósseas. 




                                                                                                                                                             

Qual função da Equipe da Saúde da Família

 no tratamento e prevenção das úlceras por pressão?

  • Identificar, avaliar e acompanhar os usuários da sua área de abrangência, acometidos por feridas ;  
  • Realizar escuta qualificada das necessidades dos usuários, proporcionando atendimento humanizado e estabelecimento de vínculo;
  • Realizar ações de vigilância à saúde, através de monitoramento de ações em grupos prioritários na comunidade e na família, como busca ativa, visitas domiciliares, discussão de casos de pacientes que não aderiram ao tratamento ;
  •   Fazer acompanhamento contínuo dos usuários nos casos agudos ou nos casos crônicos;
  • Estar em contato permanente com as famílias/cuidadores desenvolvendo ações educativas, visando a promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, bem como estimulando a autonomia e o auto-cuidado, de acordo com o planejamento da equipe. 
  • Discutir em equipe casos de difícil evolução e determinar plano terapêutico alternativo.