quinta-feira, 23 de maio de 2013


 O que é Úlcera por Pressão? 

        São feridas isquêmicas que ocorrem em tecidos moles, normalmente em áreas de proeminências ósseas. Ocorrem quando uma pressão aplicada à pele excede a pressão capilar normal, ocasionando diminuição da irrigação sangüínea e, conseqüentemente, falta de oxigênio e nutrientes para os tecidos, o que leva à formação do processo inflamatório e morte celular. O termo “escara” refere-se somente a um tipo de necrose.  ( Prefeitura Municipal de Belo Horizonte-Protocolo de Prevenção e Tratamento de Feridas).  


Fisioterapia atuação multidisciplinar


Na maioria dos casos, uma úlcera resulta de inadequados cuidados domiciliares, e podem desenvolver-se até mesmo no hospital, em pacientes acamados, causando grande problema na rotina das instituições e dos familiares, pois são lesões de difícil cicatrização, alto custo e dor (POTTER; PERRY, 1999; SMELTZER; BARE, 2005; SOUZA, 2005; FERNANDES, 2006).

Conforme o Ministério da Saúde (MS), as ações de saúde, realizadas no domicílio no contexto da Atenção Primária, incorporam características que compreendem ações sistematizadas, articuladas e regulares; realizando ações de promoção, recuperação e reabilitação em saúde. Por esse motivo ressalta-se a importância da inserção do fisioterapeuta nesse nível de atenção, através, por exemplo, de visitas domiciliares. Pois as intervenções fisioterapêuticas têm um papel importante na melhora do transporte de oxigênio, e na prevenção dos efeitos negativos da mobilidade restrita e dos posicionamentos em decúbito.

O fisioterapeuta como parte integrante de equipe multidisciplinar tem como responsabilidade a qualidade de vida do paciente nas atenções de reabilitação e prevenção, atuando juntamente com toda equipe de forma a evitar a instalação das úlceras de pressão (ALVES, 2012). 


Utilização do Laser para a cicatrização das úlceras por pressão

O laser de baixa potência é um recurso eletroterapêutico que tem como objetivo a reparação tecidual. De acordo com Agne (2009), os efeitos bioquímicos são: estímulo à liberação de histamina, serotonina e bradicinina; produção de ATP e síntese de prostaglandinas; aumento do número de leucócitos e da atividade fagocitária; vasodilatação capilar e arterial; Ação fibronolítica e antibactericida. Ao bombardear os tecidos vivos com energia de radiofrequência em infravermelhos, provocamos um aumento da energia própria do organismo, semelhante ao calor procedente do metabolismo energético. O calor é necessário para a síntese de proteínas, transferências iônicas e geração de novas moléculas destinadas à reconstrução orgânica e o aporte energético (MARTÍN, 2004:618). OS efeitos da radiação Laser sobre os tecidos dependem da absorção de sua energia e da transformação desta em determinados processos biológicos. Tanto o comprimento de onda da radiação como as características óticas do tecido, é parte dos fenômenos que regem a absorção, pois o efeito sobre a estrutura viva depende principalmente da quantidade de energia depositada e do tempo em que esta foi absorvida (AGNE, 2009). Acredita-se que a irradiação com laser de baixa intensidade estimula a proliferação celular, por reação fotoquímica que altera a permeabilidade da membrana celular. A laserterapia tem sido utilizada para o estímulo da cicatrização de feridas, a regeneração neuronal e no controle da dor (ALVES E ARAÚJO, 2011).
Outras ações da Laserterapia sobre os tecidos também têm que ser levado em conta como em especial o aumento de regeneração das fibras nervosas lesionadas, ação sobre a aceleração do calo ósseo, aumento do trofismo da pele especificamente sobre os fibroblastos responsáveis pela formação das fibras colágenas e elásticas (AGNE, 2009:349). Agne (2009) afirma que o laser de baixa potência reduz edema e estimula a cicatrização de feridas de difícil evolução. Portanto, a úlcera de pressão pode ser tratada com este método eletroterapêutico.
A aplicação pontual é feita por pontos previamente marcados na área a ser tratada, esta área pode ser coberta por papel filme para que a ponteira do laser não se encoste à superfície ulcerada, pois pode ocorrer contaminação na lesão ou na própria ponteira. Cada ponto tem uma dose e um tempo que é calculado pelo próprio equipamento.
O método varredura (figura 1) deve ser empregado nas alterações que se busca acelerar o processo cicatricial nas lesões dermatológicas, especialmente sobre úlceras de decúbito, diabéticas e a própria cicatriz cirúrgica (AGNE, 2009). Alguns terapeutas também têm empregado algumas variantes da técnica de varredura para tratar o leito da ferida, onde são usados aplicadores de um diodo ou de fibra óptica. Nesses casos, a sonda é movida lentamente sobre a área da lesão usando uma técnica sem contato, tendo o cuidado de administrar uma exposição radiante padronizada para todas as áreas e de manter a caneta a uma distância de não mais de 1 cm do leito da ferida. Talvez não seja surpreendente que a maioria dos terapeutas ache essa técnica difícil de executar, sendo cada vez mais raro encontrar locais, onde sejam empregados tratamentos usando varredura manual (KITCHEN, 2003:195).

Enfim, mais uma vez demonstra-se que com esse recurso é possível diminuir o tempo de internação dos pacientes em hospitais e melhorar a qualidade de vida dos mesmos. Para que esta situação melhore, ainda há necessidade de orientação sobre as mudanças de decúbito aos cuidadores pela equipe multidisciplinar, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais.


       
  • Localização mais comuns das Úlceras por pressão 






Cuidados Preventivos

  • Limpeza freqüente ou sempre que necessária, porém sem força ou fricção. Não usar água quente. Usar sabonete suave
  • Usar hidratantes na pele; 
  • Não massagear as proeminências ósseas; 
  • Não deixar a pele em contato com umidade de urina, fezes ou secreções; 
  • Proteger áreas de fricção com coberturas protetoras; 
  • Usar técnicas corretas para reposicionamento e mudanças de decúbito; 
  • Providenciar equipamentos para auxiliar na manutenção da atividade; 
  • Manter boa hidratação oral; 
  • Aumentar o consumo de proteínas, carboidratos e vitaminas, principalmente A, C e E, conforme avaliação individual do paciente; - Orientar os pacientes e familiares sobre os riscos e cuidados; 
  • Reposicionar a cada 2 horas para pacientes acamados e a cada 1 hora quando sentado. Descompressão isquiática nos paraplégicos a cada 15 minutos; 
  • Evitar posicionar sobre o trocânter do fêmur em ângulo de 90º; 
  •  Estabelecer protocolos de horários por escrito para reposicionamentos; 
  • Utilizar almofadas, travesseiros ou coxins para reduzir a pressão nas proeminências ósseas; 
  • Não utilizar almofadas com orifício no meio (roda d’água), pois aumentam a pressão na região central; 
  • Limitar o tempo que a cabeceira da cama fica elevada a mais de 30º, se as condições permitirem; 
  • Usar o lençol móvel com duas pessoas para movimentar o paciente (ao invés de puxar ou arrastar); 
  • Utilizar colchão especial para aliviar a pressão;  

 

Como cadeirantes podem realizar Alívio de pressão visando à prevenção de Úlceras?


       O Alívio de pressão: Push-Up. Deve ser feito 10 a 15       segundos de alívio de pressão para cada 5 a 10 minutos sentado.  A imagem abaixo mostra as posições que podem ser realizadas que permitem esse alívio nas regiões de tuberosidades ósseas. 




                                                                                                                                                             

Qual função da Equipe da Saúde da Família

 no tratamento e prevenção das úlceras por pressão?

  • Identificar, avaliar e acompanhar os usuários da sua área de abrangência, acometidos por feridas ;  
  • Realizar escuta qualificada das necessidades dos usuários, proporcionando atendimento humanizado e estabelecimento de vínculo;
  • Realizar ações de vigilância à saúde, através de monitoramento de ações em grupos prioritários na comunidade e na família, como busca ativa, visitas domiciliares, discussão de casos de pacientes que não aderiram ao tratamento ;
  •   Fazer acompanhamento contínuo dos usuários nos casos agudos ou nos casos crônicos;
  • Estar em contato permanente com as famílias/cuidadores desenvolvendo ações educativas, visando a promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, bem como estimulando a autonomia e o auto-cuidado, de acordo com o planejamento da equipe. 
  • Discutir em equipe casos de difícil evolução e determinar plano terapêutico alternativo.





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